sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Probióticos diminuem inflamação intestinal


Este estudo mostrou que a ingestão regular de probióticos antes e durante a administração de uma droga anti-inflamatória não esteroidal (DANE) pode diminuir as concentrações fecais de calprotectina, que indica menor nível de infecção bacteriana.
As DANE são bastante utilizadas na prática clínica pelo seu efeito anti-inflamatório, analgésico e antipirético, mas produzem alguns efeitos colaterais, a maioria no trato gastrintestinal. A ingestão de DANE também rompe a homeostase da flora intestinal e induz o crescimento de bactérias de espécies gram-negativas e anaeróbias, que podem exacerbar a injúria intestinal causada pelas drogas.
Diante deste conceito, os autores desta pesquisa tiveram o objetivo de avaliar os efeitos da ingestão de probióticos sobre as concentrações fecais de calprotectina (CFC) em indivíduos que receberam indometacina (uma DANE). A CFC é um método utilizado para diagnosticar enteropatias. Assim, níveis aumentados de calprotectina são evidenciados em infecções bacterianas.
Trata-se de um estudo duplo-cego, cross-over, cuja amostra foi composta por 20 voluntários saudáveis com idade média de 35 ± 10 anos. Todos os participantes ingeriram aleatoriamente uma dose diária de uma mistura de probióticos, ou placebo, por 21 dias. Durante quatro dias (do dia 16 ao 19), todos os participantes receberam 50 mg/dia de indometacina. Os participantes também foram instruídos a providenciar uma amostra de fezes para a análise das CFC antes da ingestão de probióticos/placebo (T0) e diariamente a partir do dia 15 ao dia 21. Devido ao caráter cross-over do estudo, após um intervalo de 30 dias, aqueles que ingeriram probióticos repetiram a experiência ingerindo placebo e vice-versa.
A mistura de 4,4 g de probióticos continha quatro cepas de lactobacilos (L. case, L. plantarum, L. acidophilus, L. bulgaricus), três cepas de bifidobactérias (B. longuum, B. breve e B. infantis) e uma cepa de Streptococcus salivaris.
“Ainda não há consenso sobre a relação de dose, tempo de administração e efeitos benéficos dos probióticos. Nós utilizamos uma dosagem alta de bactérias (900 bilhões), com grande resistência ao ácido gástrico e à bile, assim conseguiriam chegam vivas ao cólon humano. As diferentes cepas também podem conferir vantagens aos efeitos benéficos esperados através de seu sinergismo”, explicam os autores.
Não houve diferença significativa das CFC entre T0 e o dia 15 (antes do início da terapia com indometacina e após o pré-tratamento com probióticos/placebo). Durante a administração de probióticos, houve um aumento da CFC em comparação aos níveis basais apenas no dia 17 (p <> “Os resultados indicam que esta estratégia é útil para diminuir a inflamação do intestino delgado induzida por indometacina, embora não a previna totalmente. Mais estudos devem ser realizados para esclarecer se o pré-tratamento é necessário e/ou se pode ser reduzido”, concluem os autores.

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