segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Importância da: AMAMENTAÇÃO


As recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) relativas à amamentação são as seguintes: As crianças devem fazer aleitamento materno exclusivo até aos seis meses de idade. Ou seja, até essa idade, o bebé deve tomar apenas leite materno e não deve dar–se nenhum outro alimento complementar ou bebida. A partir dos seis meses de idade todas as crianças devem receber alimentos complementares (sopas, papas, etc.) e manter o aleitamento materno. As crianças devem continuar a ser amamentadas, pelo menos, até completarem os dois anos de idade. 

Nos primeiros seis meses de vida, a amamentação natural deve ser a forma exclusiva de nutrição. O leite materno é o melhor alimento para o bebê, contribuindo para a imunidade contra doenças infecciosas e alérgicas e desempenhando importante papel na saúde e desenvolvimento da criança, pois contém todos os nutrientes e anticorpos necessários para o estabelecimento de uma boa saúde. 

A amamentação, além de nutrir o bebê, cria os primeiros laços afetivos da mãe com a criança, construindo uma relação de confiança e carinho. Essa proximidade com a mãe é base do desenvolvimento da inteligência do bebê em seu primeiro ano de vida. 

REFERENCIAL TEÓRICO 

Benefícios da amamentação para o bebê: 
A composição de nutrientes do leite materno é específica para as necessidades da criança durante o seu crescimento. Contêm agentes imunológicos doados pela mãe que protegem a criança de doenças infecciosas e diarreias. 

O leite materno apresenta em sua composição imunoglobulinas - substâncias que formam o sistema imunológico do bebê. Aumenta as defesas, prevenindo o aparecimento de doenças como otites, infecções respiratórias, intestinais e urinárias, além de diminuir o risco de diarreias. Pesquisas mostram que a mortalidade infantil é menor em crianças amamentadas ao seio e, ainda, que o aleitamento materno exclusivo previne contra alergias. 

É de mais fácil digestão, por isso, o bebê sente fome mais rápido. Vale ressaltar que supre todas as necessidades nutricionais do bebê, não havendo necessidade da inclusão de nenhum outro alimento ou bebida (inclusive água) no período do aleitamento materno exclusivo. 

Benefícios da amamentação para a mãe: 
A ciência tem mostrado que a chance de desenvolver câncer de mama é menor entre as mulheres que têm mais filhos e amamentam por mais tempo; 
A amamentação é um excelente aliado da mãe na recuperação do seu peso normal, pois produzir leite gasta muita energia;
As mudanças que o corpo da mulher sofre durante a gravidez e aleitamento exigem cuidados especiais. Neste período, a alimentação tem de ser particularmente variada e adequada às necessidades da mulher para fornecer todos os nutrientes necessários para a sua saúde e a do bebê. 



Precauções Necessárias para as mães que amamentam: 
Evitar café, chá preto, chocolate, alimentos com corante, alimentos light e adoçantes; Não exagerar em temperos de odor forte, como o alho; 
Não fumar e Não fazer uso de bebidas alcoólicas. 

A cafeína (1,3,7-trimetilxantina) é uma metilxantina que facilmente atravessa a barreira placentária, com quantidades substanciais passando para o líquido amniótico, sangue do cordão umbilical, plasma e urina dos neonatos. Suas maiores fontes alimentares são café, chá, chocolate e refrigerantes do tipo cola. Cerca de duas mil drogas também contêm cafeína e 25 dessas podem ser usadas na gravidez. A maioria dos estudos citados nesta referência sugere que o consumo de cafeína a níveis moderados pelas mulheres grávidas não afetam adversamente o feto. Entretanto, doses de 200mg de cafeína significantemente reduziram o fluxo sanguíneo na placenta, provavelmente através de vasoconstricção o que pode diminuir o crescimento fetal. É possível ainda que as diferenças encontradas entre os estudos sejam devidas, em parte, às diferenças entre as populações no preparo de café. 

Camargo & Toledo, avaliando a quantidade de cafeína nos diferentes tipos de café normalmente consumidos pela população brasileira, observaram que houve uma grande variabilidade existente com relação ao teor deste alcaloide, devido à quantidade de pó utilizada, ao tipo de café e a forma de preparo do mesmo. Bracken et al. 65 observaram variação até quando o mesmo respondente fervia o café ou chá em condições aparentemente idênticas no mesmo dia. 

Alguns alimentos devem fazer parte do cardápio das mamães devido aos nutrientes que contém. Veja o que não pode faltar: 
Linhaça e óleo de peixe: fontes de ômega 3, nutriente essencial para o desenvolvimento cerebral e visual. O consumo de fontes de ômega 3 pelas mães contribui para o desenvolvimento cognitivo do bebê, QI mais alto, melhor linguagem e habilidades de comunicação e diminuição das taxas de alergias e asma. 

Frutas vermelhas e roxas (açaí, morango, cereja, amora, mirtilo, cranberry): possuem alto teor de antioxidantes que têm sido relacionados com saúde vascular, da visão e cerebral. 

Probióticos: bactérias benéficas que habitam o intestino, levando ao equilíbrio da microbiota intestinal (flora intestinal). Sabe-se que um intestino saudável, melhora a absorção de nutrientes e ajuda na liberação de toxinas, levando a benefícios para a saúde da mãe e melhorando a qualidade do leite. 

Líquidos na forma de água, sucos naturais, água de coco: é fundamental para garantir a produção do leite. 

Abacate: fonte de gorduras monoinsaturadas, que são benéficas ao organismo, melhorando a qualidade do leite. 

Oleaginosas (nozes, castanhas, avelãs, amêndoas, pistache): excelentes fontes de gorduras insaturadas, vitaminas e minerais, antioxidantes e proteínas. 

O consumo de cereais integrais, leguminosas, frutas, verduras e legumes orgânicos é fundamental para a saúde da mãe e para a qualidade do leite materno, garantindo a saúde do bebê. 

DICA: fique atenta aos sinais dados pelo bebê. Se observar que ele apresenta cólicas, retire do cardápio, por 2 semanas, alimentos que desconfie que possa estar causando algum mal estar na criança. 

Classificação do Leite humano 
Desde a concepção até a amamentação, a alimentação da mãe exerce grande influência na qualidade do leite materno. É importante lembrar que o bebê receberá uma parte de tudo que será consumido pela mãe. 

Leite Colostro: é o primeiro leite que a mãe secreta e tem um papel definido para a proteção do recém nascido (contém mais anticorpos e mais células brancas). É rico em proteína e vitaminas A, E e K além de minerais como zinco e sódio, sendo assim contém menos gorduras e carboidratos. É secretado em quantidades que variam entre 10 e 100 ml/dia, ocorrendo maior produção em multíparas. Permanece até o 4° ou 7° dia pós-parto.  

Leite de transição: permanece entre 7° e o 21° dia pós-parto. Nesse período ocorrem alterações como o aumento da gordura e da lactose, e a diminuição do teor proteico e de minerais. 

Leite maduro: tem características próprias como diferentes concentrações de nutrientes em uma mesma mamada, sendo ele o leite do começo, rico em proteína, lactose, vitaminas, minerais e água e o leite do fim que contém mais gordura. Por isso tão importante a recomendação da livre demanda. 

Composição do colostro e do leite materno maduro de mães de crianças a termo e pré-termo e do leite de vaca. 

Nutrientes: Colostro - 3–5 dias (A termo e Pré-termo) 
Calorias (kcal/dL): 48 e 58 
Lipídios (g/dL): 1,8 e 3,0 
Proteínas (g/dL): 1,9 e 2,1 
Lactose (g/dL): 5,1 e 5,0 

Nutrientes: Leite Maduro - 26–29 dias (A termo e Pré-termo) 
Calorias (kcal/dL): 62 e 70 
Lipídios (g/dL): 3,0 e 4,1 
Proteínas (g/dL): 1,3 e 1,4 
Lactose (g/dL): 6,5 e 6,0 

Nutrientes: Leite de vaca 
Calorias (kcal/dL): 69 
Lipídios (g/dL): 3,7 
Proteínas (g/dL): 3,3 
Lactose (g/dL): 4,8 

Principais condutas de acordo com a idade da criança 
Período: Orientações 
Até os seis meses de vida: Orientar para o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês. Sem chá, água ou qualquer outro alimento. 

Período: Orientações 
Aos seis meses de vida: Orientar a introdução dos alimentos complementares; Orientar a introdução da água; Estimular a prática do aleitamento materno até dois anos; Orientar o consumo de alimentos que são fontes de ferro e vitamina A; Orientar para que não sejam oferecidos para criança açúcar, doces, chocolates, refrigerantes e frituras; Fornecer o suplemento de ferro do Programa Nacional de Suplementação de Ferro e orientar a forma de oferecer à criança; Em regiões cobertas pelo programa, fornecer a megadose de vitamina A do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A; Orientar práticas de higiene no preparo da alimentação complementar.

Período: Orientações 
Aos nove meses de vida: Orientar que a partir do 10º mês de vida a criança já pode receber a comida preparada para a família; Estimular a prática do aleitamento materno até dois anos de idade; Orientar o consumo de alimentos fontes de ferro e vitamina A; Orientar para que não sejam oferecidos para criança açúcar, doces, chocolates, refrigerantes e frituras; Verificar se a criança está recebendo o suplemento de ferro; Para as regiões do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, verificar se a criança recebeu a dose referente ao período de seis a 11 meses. 

Período: Orientações 
Dos 12 aos 18 meses de vida: Estimular a prática do aleitamento materno até dois anos de idade; • Verificar se a criança está recebendo o suplemento de ferro; • Para as regiões do Programa Nacional de Suplementação de vitamina A, verificar a data da última dosagem. Se houve intervalo de seis meses ou mais, fornecer a megadose. 

CONCLUSÃO 

Nos primeiros seis meses de vida, a amamentação deve ser a forma exclusiva de nutrição. O leite materno é o melhor alimento para o bebê, contribuindo para a imunidade contra doenças infecciosas e alérgicas.